Escritório responsável: Embyá Paisagens & Ecossistemas
Prêmio do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) na categoria de Urbanismo, Planejamento e Cidades, na 60 Premiação Anual.
A Praia das Pedrinhas localiza-se no bairro Boa Vista em São Gonçalo, na margem leste da Baía de Guanabara, entre a Rodovia Niterói Manilha (BR-101), as águas da baía, e trecho remanescente de manguezal. A praia é um importante ponto turístico da cidade, que atrai visitantes da região metropolitana para os bares e restaurantes com ampla vista para o pôr-do-sol. O local também abriga uma Colônia de pescadores que faz uso cotidiano da praia como local de trabalho e espaço de convivência, de modo que os barcos e redes de pesca são parte intrínseca da paisagem. Apesar da importância cultural e ambiental da baía, seu acentuado processo de degradação por meio da poluição e ocupação urbana desordenada tem gerado um afastamento da população, além de prejudicar a comunidade pesqueira.
As recentes obras de urbanização na orla acabaram agravando o distanciamento da praia, ao reduzir a faixa de areia e elevar o nível da via para protegê-la da variação das marés.
O projeto busca uma reconciliação com a Baía de Guanabara, apresentando diretrizes que conduzam para um reequilíbrio ecológico da paisagem, com a inserção de elementos que sirvam como suporte para as atividades culturais existentes, ao mesmo tempo em que promovem a regeneração, acesso e celebração das águas e ecossistemas litorâneos.
Considerando as diferentes demandas do território, foram propostas diretrizes específicas para cada trecho da orla. Como a área da Colônia de Pescadores é um local intimamente associado à pesca, foram propostos píer, rampas para barcos, e uma estrutura multifuncional de apoio aos pescadores, procurando melhorar o desempenho do espaço…
PAISAGEM E POESIA
A ressignificação do território vivido e em constante transformação por meio de um olhar local e íntimo
Habitamos em realidades culturais, mentais e temporais. O desafio de desenvolvermos uma proposta de intervenção urbana na orla de Charitas não representa apenas a oportunidade de ressignificação de um espaço ocupado de forma heterogênea e coletiva. O entendimento de seu significado plural acolhe memórias, saberes, lembranças e esperanças. Seu espaço urbano é repleto de conflitos, assim como encontramos em diversas outras áreas banhadas pelo mar em cidades brasileiras, muitas vezes alienadas e descompromissadas com os inúmeros personagens da vida cotidiana, que dão identidade ao território.
No entanto, é importante reconhecermos, que Niterói carrega consigo um sentimento de inquietação social, que vem estimulando, historicamente, novas perspectivas de transformação de seu território através do desenho urbano e da arquitetura, e por essa razão, fazendo estreita e necessária relação “dialógica” entre baía e espaço pré-existente.
Nossa realidade existencial e vivida é uma condição expressa, em camadas e em constante oscilação, e nesse sentido, propomos pensar o projeto de maneira a dar ênfase a inclusão do sujeito no processo de leitura e compreensão da obra, resultando em um projeto de planejamento urbano e de desenho intertextual, cujo significado somente pode ser construído através da experiência provida pela percepção e interação do sujeito para com o espaço, pois a verdadeira beleza do lugar, é aquela que causa surpresa e remete ao imaginário coletivo.
Portanto, nosso projeto para a Orla de Charitas, é resultado do processo de experiência entre homem e espaço, e não apenas, pela eficiência de sua funcionalidade, apelo à forma, e mesmo, pelo desejo de agentes mais poderosos. É necessário, nesse contexto, considerarmos a ética a partir…
Abrigo-receptivo do Parque Nacional do Itatiaia
Como lidar com a necessidade de se construir um edifício em solo “sagrado”, circunscrito à paisagem exuberante de um dos lugares de atmosfera mais extraordinários do Brasil?
A partir dessa reflexão, propomos então um processo de projeto que se baseia na cooperação da preexistência, com respeito a inserção local. Nesse sentido, o edifício deve ser capaz de absorver os vestígios da vida, e consequentemente, gerar riqueza espacial, aproximando-se da escala do lugar e de tudo que o circunscreve.
A essência daquilo que caracteriza este território repleto de história e vida, está, sem dúvida, na sua materialidade e nos detalhes. O edifício projetado, não deve ser encarado como mero abrigo, mas sim, como espaço que integra memória, paisagem, usuários, desejos, coragem, medos, passado e presente. E nesse instante, o abrigo deixa de ser entendido como mero espaço de acolhimento, e passa a ser parte de nós mesmos, transcendendo o sentido pragmático de seu programa e simples objetivo construtivo.
Para tal, entendemos a necessidade de estabelecer algumas premissas projetuais:
1_O edifício deve ser facilmente reconhecido pelos visitantes;
2_Sua estrutura nômade, deve ser pensada para fácil deslocamento, montagem e desmontagem, em virtude do difícil acesso e escarssez de materiais de construção na região, além de se conectar ao tipo de vida ancestral resiliente;
3_O volume deve alçar-se a cima do solo, o que evitará umidade e permitirá a manutenção das características do relevo e da paisagem circundante;
4_O edifício deve ser completamente acessível e precisa garantir adequado conforto ambiental aos seus usuários, além de externar seu comprometimento ambiental através de suas superfícies e tratamentos técnicos (acústico e térmico);
5_E por fim, comprometer-se a fazer parte do território por meio de seus espaços e materialidade;
MENÇÃO HONROSA…
Prêmio de Destaque - Concurso Público Nacional
Teatro Laboratorio de Artes Cênicas e Corporais da UNICAMP
São Paulo
2002
Autores:
Ana Paula Polizzo, André Lompreta, Gustavo Martins, Marco Milazzo, Thorsten Nolte e Robson Jorge
Prêmio de Destaque - Concurso Público Nacional
Teatro Laboratorio de Artes Cênicas e Corporais da UNICAMP
São Paulo
2002
Autores:
Ana Paula Polizzo, André Lompreta, Gustavo Martins, Marco Milazzo, Thorsten Nolte e Robson Jorge
TEATRO LABORATÓRIO UNICAMP
O Espaço da Memória
A conformação do Edifício Anexo ao Centro de Preservação de Bens Culturais da Casa de Rui Barbosa surge diretamente do entendimento de seus determinantes urbanísticos e programáticos, dada a diversidade e também as especificidades das atividades a serem desenvolvidas no interior do edifício como recolhimento, organização, arranjo, guarda, preservação e segurança dos objetos e documentos constituintes do acervo. Desta forma, a criação de um ambiente propício a preservação deste acervo torna-se o objetivo principal deste projeto.
A partir dos parâmetros urbanísticos apresentados, optou-se por implantar o edifício colado nas divisas laterais do terreno (três lotes contíguos de números 504, 510 e 518 da Rua Assunção) abrindo-o sempre que possível e desejável para suas atividades internas para frente do terreno (Rua Assunção) e para os fundos, respeitando os afastamentos determinados em legislação, e distribuindo o programa em 5 (cinco) pavimentos.
Parceria: Arq. Juliana Sucuro
CENTRO CULTURAL GRUPO CORPO
Prêmio de Destaque - Concurso Público Nacional
São Paulo
2001
O Real Espaço Virtual
O projeto de reforma e ampliação do antigo Museu do Telephone, hoje Centro Cultural OI FUTURO, baseia-se na busca pelo diálogo entre o antigo. O edifício é construído através da orientação e sobreposição espacial de duas malhas gráficas: a primeira, formada pela estrutura rigidamente ortogonal do edifício existente, e a outra formada por linhas de ângulos livres, que representam a ideia de comunicação. O resultado cria uma densidade sobre a qual se configura a forma do atual edifício. Seu espaço se abre para cidade através de um térreo transparente, que convida visitantes a percorrem e descobrirem seu espaço interior. Um conjunto translúcido de escadas costura ambos os edifícios, rasgados por um vazio de luz que se estende ao térreo.
Autores:
Ana Paula Polizzo, André Lompreta, Gustavo Martins, Marco Milazzo e Thorsten Nolte
A Criativa Indústria
O Edifício projetado para abrigar o centro da Indústria Criativa da Firjan baseia-se na criação de espaços que promovam a experiência contínua, o intercâmbio, a possibilidade de ver e ser visto, a descoberta e o incentivo à criação, ensino e cultura.
Assim sendo, o espaço é abordado como possibilitador de experiências diversas, onde cada um interpreta, se apropria e modifica o ambiente de maneira diferente segundo sua forma de ver o mundo, segundo aquilo que conhece.
Neste projeto, a incorporação da experiência do indivíduo na percepção da arquitetura deve vir, no entanto, acompanhado da possibilidade de ampliar a ideia de individualidade, assumindo assim que o usuário é considerado um habitante ativo da cidade e desta forma, é parte de uma coletividade. Assim, edifício proposto estimula a intercomunicação espacial a partir da estratégia de construir no entorno imediato novas relações legíveis a partir da criação de espaços de circulação e de grandes áreas de convívio que se constituem como vazios vibrantes que promovem a aglomeração de pessoas e se abre para as relações entre os espaços.
Parceiros: Vitor Garcez e Juliana Sucuro
Colaboradores:
Arquiteta: Raíssa Rocha
Honorio Magalhães
Aderência histórica
Do acesso ao sítio proposto para as futuras instalações do novo anexo do MuMA (Museu do Meio Ambiente) e do seu auditório, num primeiro olhar, nos confrontamos com um espaço que aponta para infinitas leituras. As linhas de dominância que dirigem o olhar são confusas, ora encaminhando a visada em uma linha oblíqua em relação ao portão de entrada, seguindo a pista de acesso; ora empurrando a visada em uma linha paralela à Rua Jardim Botânico, procurando a entrada do edifício tombado. O conjunto edificado, por sua vez, aparenta uma falta de preocupação com questões sobre hierarquia, domínios, acessos e orientação espacial, já que os objetos arquitetônicos e os seus acessos não sugerem nenhuma conexão formal e organizacional entre eles. A alteridade entre as múltiplas escalas de proximidade e distanciamento foi intencionalmente potencializada na criação arquitetônica, com a intenção de envolver o usuário com as quase inumeráveis possibilidades de estabelecer novas escalas perceptivas, facultando assim, mais envolvimento e interação entre o homem, o ambiente construído e a natureza. A ideia principal foi valorizar o ambiente natural e incorporá-lo como parte integrante das edificações.
Parcerias: Eduardo Vasconcellos, Elisabete Reis e Fernando Acylino
Colaboradores:
Arq.Raissa Rocha
Danielle Ribeiro, David Sarmento, Frederico Martinho e Samuel Nogueira
Paisagismo: Violeta Villas Boas