PAVILHÃO DO ALTO
Abrigo-receptivo do Parque Nacional do Itatiaia
Como lidar com a necessidade de se construir um edifício em solo “sagrado”, circunscrito à paisagem exuberante de um dos lugares de atmosfera mais extraordinários do Brasil?
A partir dessa reflexão, propomos então um processo de projeto que se baseia na cooperação da preexistência, com respeito a inserção local. Nesse sentido, o edifício deve ser capaz de absorver os vestígios da vida, e consequentemente, gerar riqueza espacial, aproximando-se da escala do lugar e de tudo que o circunscreve.
A essência daquilo que caracteriza este território repleto de história e vida, está, sem dúvida, na sua materialidade e nos detalhes. O edifício projetado, não deve ser encarado como mero abrigo, mas sim, como espaço que integra memória, paisagem, usuários, desejos, coragem, medos, passado e presente. E nesse instante, o abrigo deixa de ser entendido como mero espaço de acolhimento, e passa a ser parte de nós mesmos, transcendendo o sentido pragmático de seu programa e simples objetivo construtivo.
Para tal, entendemos a necessidade de estabelecer algumas premissas projetuais:
1_O edifício deve ser facilmente reconhecido pelos visitantes;
2_Sua estrutura nômade, deve ser pensada para fácil deslocamento, montagem e desmontagem, em virtude do difícil acesso e escarssez de materiais de construção na região, além de se conectar ao tipo de vida ancestral resiliente;
3_O volume deve alçar-se a cima do solo, o que evitará umidade e permitirá a manutenção das características do relevo e da paisagem circundante;
4_O edifício deve ser completamente acessível e precisa garantir adequado conforto ambiental aos seus usuários, além de externar seu comprometimento ambiental através de suas superfícies e tratamentos técnicos (acústico e térmico);
5_E por fim, comprometer-se a fazer parte do território por meio de seus espaços e materialidade;
MENÇÃO HONROSA na 58ª Premiação Anual IAB-RJ 2020
Gustavo Martins, Ana Paula Polizzo, Wagner Bruno Bitencourt, Danilo dos Santos Galvão, Fernando Acylino e Priscila Kelly Guimarães