ANVISA
Membrana Ativa
O desenvolvimento do projeto para o Laboratório de Análise, Pesquisa e Controle dos Derivados do Tabaco para a ANVISA surgiu da proposta de criar uma relação entre interior e exterior do edifício. Preliminarmente, nos foi apresentado um estudo de layout que contemplava a definição dos espaços através da compreensão das operações técnicas necessárias para o funcionamento do laboratório e de suas interfaces com os mecanismos produtivos que são responsáveis pelo funcionamento do processo de análise dos derivados do Tabaco.
Este sistema operacional, refletido pelas definições espaciais da planta apresentada deve, no nosso entendimento, transbordar para o exterior. Se anteriormente a espacialidade do conjunto não representava expressão alguma, hoje, entendida como fruto também do seu interior a composição volumétrica poderá assumir um papel mais significativo não só na identidade do edifício, como também na sua expressão arquitetônica.
Propusemos então uma estrutura de fechamento do volume “operacional” que, conseqüentemente, transformará o resultado espacial do programa numa resposta mais concreta ao entorno do qual ele faz parte.
Diferentemente de uma “roupagem”, que se apresenta como uma “máscara”, ou como uma solução independente do interior, a estrutura de fechamento proposta do novo edifício interage com o programa, funcionando como um espaço de transição entre o lúdico e o funcional.
Chamamos então esta estrutura espacial que abraça o edifício de “membrana ativa”. Ela é responsável pelas respostas espaciais, gráficas e compositivas da intersecção entre interior e exterior, entre público e privado, entre técnico e administrativo. Ela cria situações novas de convivência e propicia interpretações diversas dos espaços que são frutos da absorção das estruturas que a compõe.
A “membrana ativa” transcende o simples papel de proteção solar ou de fachada. Ela maximiza e acrescenta através de sua estrutura, novas dinâmicas de entendimento do lugar, que se estende para além dos limites da sua área de inserção. Ela também se apresenta como um objeto agregador de valores que vão além da questão puramente estética; se constrói como um instrumento doador de identidade visual ao conjunto e de humanização de um espaço que é entendido como uma mera área técnica, criada para atender a máquina e não o homem que ali se constitui como principal agente de mudança.
Colaboradora: Arq. Raissa Rocha