O NOVO E O ANTIGO
Situada na região do Alto Paraguaçu, a 7km da cidade de Itaiópolis em Santa Catarina, a casa Polaski, é sem dúvida um dos exemplos remanescentes mais importantes da cultura Polonesa na região. Sua característica principal está presenta na particular configuração construtiva, sendo esta composta por fachada frontal em alvenaria, telhado de telha cerâmica francesa e corpo constituído completamente por madeira, inclusive suas paredes internas.
Este conjunto de edifícios formados pela casa Polaski, Paiol e a edícula da cozinha, formam a atual configuração espacial do conjunto preservado, e que será fruto de recuperação e restauração.
Observando a configuração atual do conjunto propomos uma conexão física entre os edifícios existentes através da criação de uma plataforma (deck de madeira) que, elevada do terreno, faça a articulação entre os elementos existentes e os novos volumes propostos. Além disso, esse elemento de conexão lida com total respeito à condição original do terreno, onde pode vir a existir vestígios de ruínas de outras edificações que um dia ali se situavam e ocupavam a vasta região agrícola do Alto Paraguaçu.
Membrana Ativa
O desenvolvimento do projeto para o Laboratório de Análise, Pesquisa e Controle dos Derivados do Tabaco para a ANVISA surgiu da proposta de criar uma relação entre interior e exterior do edifício. Preliminarmente, nos foi apresentado um estudo de layout que contemplava a definição dos espaços através da compreensão das operações técnicas necessárias para o funcionamento do laboratório e de suas interfaces com os mecanismos produtivos que são responsáveis pelo funcionamento do processo de análise dos derivados do Tabaco.
Este sistema operacional, refletido pelas definições espaciais da planta apresentada deve, no nosso entendimento, transbordar para o exterior. Se anteriormente a espacialidade do conjunto não representava expressão alguma, hoje, entendida como fruto também do seu interior a composição volumétrica poderá assumir um papel mais significativo não só na identidade do edifício, como também na sua expressão arquitetônica.
Propusemos então uma estrutura de fechamento do volume “operacional" que, conseqüentemente, transformará o resultado espacial do programa numa resposta mais concreta ao entorno do qual ele faz parte.
Diferentemente de uma “roupagem”, que se apresenta como uma “máscara”, ou como uma solução independente do interior, a estrutura de fechamento proposta do novo edifício interage com o programa, funcionando como um espaço de transição entre o lúdico e o funcional.
Chamamos então esta estrutura espacial que abraça o edifício de “membrana ativa”. Ela é responsável pelas respostas espaciais, gráficas e compositivas da intersecção entre interior e exterior, entre público e privado, entre técnico e administrativo. Ela cria situações novas de convivência e propicia interpretações diversas dos espaços que são frutos da absorção das estruturas que a compõe.
A “membrana ativa” transcende o simples papel de proteção solar ou de fachada. Ela maximiza e acrescenta através de sua estrutura,…
O gesto de Projeto
Situado no campus da Praia Vermelha, o novo edifício da Escola de Arquitetura e Urbanismo será implantado num terreno triangular de 832m2, lindeiro à Rua Passos da Pátria. Na lateral sul, o terreno se abre ao acesso principal do campus da Praia Vermelha, nos fundos (oeste) situa-se a encosta conformada pelo corte do morro do Ingá, fruto das obras de construção do campus, e na lateral norte faz divisa com uma casa histórica (antigo Jardim de Infância Ingá). O novo edifício é vizinho, por um lado,
ao conjunto histórico tombado, constituído pelos edifícios do Casarão, Chalé e pelos jardins da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF (EAU-UFF), e por outro, à casa do antigo Jardim de Infância Ingá, incluída na área de tutela dos bens tombados pelo INEPAC e parte do conjunto da APAU municipal.
Condicionado pelos índices urbanísticos e do Patrimônio para a área específica, como afastamentos de 5m e limite a altura de 2 pavimentos, o anexo da EAU busca em sua limitada área de ocupação a devida atenção às relações arquitetônicas, urbanísticas e históricas presentes no contexto do terreno. Além de abrigar o acervo existente, o edifício foi concebido com o intuito de amplia-lo, configurando-se não apenas como um edifício de abrigo da memória, mas também como um edifício que pudesse através de sua arquitetura fazer de seus elementos construtivos e conceituais visíveis, tornando-se assim, parte integrante do dia a dia acadêmico do conjunto arquitetônico da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF.
Este trabalho é fruto do desejo coletivo de ex-alunos da EAU UFF em contribuir para sua amada escola. O projeto de Arquitetura foi então doado por este escritório em 2009 para a…
O medo do desconhecido
São os mistérios que o mar oculta que nos inspiraram no desenvolvimento do discurso de criação para o projeto arquitetônico para o Centro de Ciências do MAR da UFF. Este sentimento faz a nossa imaginação navegar por mares ainda não descobertos, nos estimulando na criação de formas arquitetônicas que remetam à lembrança de seres aquáticos, com o objetivo de instigar o visitante a percorrer e a descobrir a arquitetura que abriga áreas de estudo, pesquisa e aquário.
O edifício é implantado no campus da UFF da Praia Vermelha e ocupa um terreno com aproximadamente 30mil m². Sua maior extensão está voltada para o norte assim como os demais edifícios do campus. Como está numa cota elevada, o edifício quase aderido a topografia, não ganha proporções verticais exageradas, mantendo-se adequadamente horizontal de maneira a respeitar o conjunto arquitetônico formado pelo Forte do Gragoatá e pela ilha da Boa Viagem, ambos Bens Tombados Federais.
No térreo é inserido o edifício que abriga a área do aquário, um centro gastronômico e os acessos principal e de serviços ao edifício. Apesar de estar concentrado num único corpo todo o programa, o edifício pode ser acessado individualmente. A área da exposição dos tanques, teatro/auditório, centro gastronômico e área de pesquisa têm vida própria, não possuindo fluxos cruzados, que poderiam desqualificar a logística de ocupação diária e noturna do conjunto.
Propomos também, toda a recuperação arbórea do morro onde o edifício é inserido, além do desenvolvimento de uma adequada urbanização para o entorno imediato, fazendo desta área um grande atrativo na cidade de Niterói.
Todo o design arquitetônico é pensado de maneira a atender às necessidades bioclimáticas e sustentáveis do conjunto, com a inserção de coberturas…
Portas e Janelas abertas para o conhecimento - a criação de uma identidade
Chega de muros, janelas ou portas fechadas! O conhecimento não deve ser concentrado, deve ser difundido a toda parte, deve ser fruto do encontro, da conversa, da troca, do aprendizado passado de pai pra filho, enraizado no imaginário popular. Nestes tempos de internet e mundialização, nada é fixo, tudo é passageiro. Mas como buscar para esta escola informatizada e comunicativa sólidas identidades num mundo onde tudo se desfaz em milionésimos de segundo?
Então imaginamos que o que cria raízes é o saber, e este não deve ser limitado, deve fazer novas frentes e ser interpretado através da diversidade, afinal, somos uma mistura de humores, cores, raças, línguas... Assim sendo, buscamos fazer da proposta arquitetônica para o projeto piloto fruto do programa conexão escola um verdadeiro plano de fundo às novas possibilidades de participação comunitária e da chegada dos novos tempos onde tudo é fluxo e mobilidade.
Com este espírito imaginamos propor através da nossa arquitetura forte relação com a temática programática e conceitos pedagógicos. Na nossa proposta arquitetônica, portas e janelas
participam da gráfica das fachadas como um virus que se espalha aleatoriamente e toma conta do lugar. Desta forma, nosso gesto intensifica a relação interior e exterior, faz dos simples elementos janelas e portas, objetos de importante expressão conceitual.
Autores: Ana Paula Polizzo, Gustavo Martins e Marco Milazzo
O vigor do antigo que inspira o novo
A busca por novas tecnologias nacionais na indústria deve ser tratada como parte de um conjunto de valores fundamentais da sociedade contemporânea. Portanto, propomos um edifício que responda às necessidades dos seus usuários da melhor maneira possível e que seja referência para a sociedade. Um edifício que traduza o vigor e o avanço tecnológico através da austeridade e simplicidade formal.
Autores: Ana Paula Polizzo, Gustavo Martins e Marco Milazzo
A relação entre a base natural e a construção é o principal articulador da composição volumétrica e espacial do edifício, permitindo que este seja fruto desta franca associação entre edifício e paisagem;
A invasão do terreno no edifício, permite que a construção seja percebida parcialmente, ganhando assim, elegantes proporções horizontais, para melhor integração no ambiente envolvente;
O edifício ganha proporções sóbrias, permitindo que claramente seja percebido, sem se destacar de maneira agressiva, propondo ao lugar a percepção de sua presença sóbria e harmônica;
O edifício é envolvido por áreas verdes interna e externamente – formando um volume em forma de U, abraçando o lugar e se espalhando pelo mesmo;
Os estacionamentos também fazem parte da geografia, e são formados por lajes de cobertura ajardinada e desaparecem em meio à nova composição de parte do terreno;
A implantação do novo edifício garante facilidade de acesso de pedestres e de automóveis ao parque de estacionamento;
Propomos um edifício permeável ao terreno, que atendesse as necessidades funcionais e administrativas do IPHAN;
Permitimos com nossa implantação um franco acesso ao público e ao mesmo tempo um acessos controlados à área restrita de funcionários;
O acesso público é feito através de um pátio interno, que funciona como centro umidificador e ventilador natural de todo o edifício, reforçando seu comprometimento com a melhor operacionalidade das condições térmicas do lugar;
Optamos na construção de um edifício cuja técnica construtiva será em estrutura metálica, para maior flexibilidade e aproveitamento estrutural dos vãos de grandes dimensões, além das demais contribuições técnicas já conhecidas deste sistema;
A organização interna espacial foi pensada em permitir a criação de um “open-space”, para maior adaptabilidade a novas funções e necessidades do…
Biblioteca Central da PUC
Motivados por um desejo de liberdade e flexibilidade, reflexos da democratização do conhecimento e da cultura, temos como visão para este novo espaço um sítio de informação, troca de ideias, estímulo da cidadania e de conceitos contemporâneos.
Na nossa visão, a energia intelectual vibrante alia-se à boa disposição informal generalizada, formando um todo unificado, impulsionador e forte como um coração: o coração do campus da PUC – Rio.
Através de espaços que possam gerar novas dinâmicas, a Biblioteca Cultural que propomos, deverá estimular a propagação do conhecimento através do contato homem-livro e homem-homem. Só assim, permitindo a ponte entre o saber e o encontro, poderemos criar um edifício como um organismo funcional, que se renove e mantenha, através de ciclos interativos de atividades cooperativas.
Este novo espaço de cultura será, por isso, mais do que um abrigo de informação, assumindo um papel ativo na formação de cada usuário não apenas como estudante, mas também como cidadão e Homem.
Autores:
Ana Paula Polizzo, Gustavo Martins, Marco Milazzo
Colaborador: Arq. Saha Jorge