A região e a cidade de Natal vem experimentando um rápido processo de crescimento do turismo. O resultado, porém, nem sempre é sensível aos processos naturais, impondo ao território intervenções que desmerecem a qualidade da paisagem. Os custos tangíveis e intangíveis para a recuperação ambiental e paisagística são enormes para os empreendedores.
Embora, o sítio da praia de Muriú, tenha sofrido na sua historia econômica impactos negativos ao usar o solo com agricultura insustentável e mais recentemente pela construção de edifícios destinados ao turismo, inadequados ao local, ele tem excelente potencial para o desenvolvimento de um Resort com múltiplas alternativas de lugares turísticos de alta qualidade em harmonia e integrados aos elementos naturais remanescentes e recuperados.
O desafio do projeto será conciliar os legítimos objetivos dos empreendedores com intervenções sensíveis que substitua o velho conceito inercial do turismo desnaturalizado pelo sustentável.
Trabalho entre os 4 finalista em Concurso Internacional promovido pela Revista Italiana L`Arca
Autores: Ana Paula Polizzo, Gustavo Martins e Marco Milazzo
Parceiro: Luiz Teixeira, Juliana Fleury
A Praça como teatro do Povo
Tendo como diretriz principal o desenvolvimento de um equipamento de referência para a área cultural do Rio Grande do Norte, assim como a criação de um espaço que permitirá a representação de toda e qualquer forma de arte, nos sentimos na obrigação de buscar conceitualmente um elemento sólido, resultado da história do lugar, de suas sobreposições temporais, vontades coletivas e convivências diárias. A partir do entendimento físico do espaço existente, buscamos mecanismos para propor um projeto consequente, resultante destas leituras e que reflete, através de sua conformação física e desejos culturais. Na nossa proposta, o povo potiguar é considerado o artista que modela a cidade. Sem gente não há veracidade no espaço, movimento ou troca. O povo no espaço público é artista e espectador, mistura fantasia com realidade. Propomos então, uma arquitetura que gere continuidade aos espaços públicos, o principal elemento de nosso discurso. Queremos fazer de nosso objeto arquitetônico parceiro do imaginário popular, e para isso, nosso palco não poderia ser outro se não o espaço público, materializado na forma de uma praça que une e evidencia através de seus vazios, quatro grandes edifícios que servem como panos de fundo aos anseios populares. São objetos que absorvem os vestígios do povo em forma de arte, funcionam como catalisadores físicos que respondem externamente valores do dia a dia grifados em suas paredes. Além disso, o espaço deverá servir de suporte para uma estratégia rumo à construção da cidadania, uma vez que poderá possibilitar a potencialização de encontros, de trocas de informações, experiências e convívio social. É a partir do reconhecimento e criação de um “lugar” pelo próprio povo, através da geração de uma referência…